Poem of the day

Alma minha gentil
by Luis de Camões (1524?-1580)

Alma minha gentil que te partiste
tam cedo desta vida descontente,
repousa tu no ceo eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste!
se lá no assento etereo onde subiste
memoria desta vida se consente,
não te esqueças de aquele amor ardente
que ja nos olhos meus tam puro viste!
E se vires que pode merecer-te
alguma cousa a dor que me ficou
da magma, sem remedio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tam cedo de cá me leve a ver-te,
euam cedo de meus olhos te levou.

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